HOMENAGEM DO PROJETO AOS GRANDES "DJ's" QUE FIZERAM CRESCER O NOME DA BLACK MUSIC

21/08/2014 23:17

O Mestre Big Boy

Foto extraida do Google

Big Boy, pseudônimo de Newton Alvarenga Duarte (1 de junho de 1943 - 7 de março de 1977), foi o mais importante disc jockey de sua época, responsável por uma verdadeira revolução no rádio brasileiro.

Como locutor, introduziu uma linguagem jovem, mais próxima do público que o ouvia. Seu "HELLO CRAZY PEOPLE!", a maneira irreverente como saudava os ouvintes, tornou-se marca registrada de um estilo próprio, descontraído, diferente da voz empostada dos locutores de então. Como programador, demonstrou extrema sensibilidade ao captar o gosto do público, observando as tendências musicais ao redor do mundo e inovando a partir de idéias que modificariam todo um sistema de programação estabelecido.

Apaixonado por música desde a infância, iniciou uma coleção que chegou a 20 mil discos ainda adolescente, manifestando preferência pelo rock, o então novo ritmo americano que conquistou os jovens no mundo todo. Também costumava "peregrinar" na Rádio Tamoio do Rio de Janeiro - a rádio que apresentava a programação mais atualizada na época - procurando manter contato com os programadores e outros aficionados por rock em busca de informações e de uma oportunidade profissional - seu sonho desde então que procurou alcançar com obstinação. A oportunidade finalmente surgiu quando foi convidado para substituir um programador que entrara em férias. Assim, não hesitou em interromper a carreira de professor de geografia para tornar-se radialista.

Mais tarde foi convidado para participar de uma bem-sucedida tentativa de reformulação da Rádio Mundial AM, que se tornaria a rádio de maior audiência entre o público jovem do Rio de Janeiro. Foi ali que iniciou sua atuação como DJ, ganhou o apelido de Big Boy e criou o estilo inconfundível que continua até hoje influenciando locutores - inclusive das modernas rádios FM, cujas programações muitas vezes ainda seguem os moldes de seus programas. Com sua voz alegre e postura informal, complementava as músicas que tocava com informações "quentes" sobre o mundo do disco, impondo uma dinâmica irresistível ao programa; tudo isso sem perder o jeito de fã dos artistas, o que o aproximava ainda mais dos ouvintes.

Big Boy também pode ser considerado o primeiro "profissional multimídia" do show business brasileiro. Programador e radialista eclético, diversificava sua atuação mantendo como elo de ligação a paixão pela música contemporânea nos seus diversos segmentos e movimentos. Além de manter dois programas diários na Rádio Mundial, Big Boy Show e Ritmos de Boite, um na Rádio Excelsior de São Paulo e um semanal especializado em Beatles, o Cavern Club, também na Mundial, atuava como programador, colunista em diversos jornais e revistas, produtor de discos e DJ dos Bailes da Pesada, onde mantinha um contato direto com o público que gostava especialmente de soul e black music, principalmente na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em televisão, inovou ao apresentar em sua participação diária no Jornal Hoje da TV Globo, pela primeira vez, film clips com músicas de sucesso do momento. Em seu programa Papo Pop, na TV Record de SP, lançou grupos brasileiros de vanguarda. Foi também o responsável pela implantação do projeto Eldo Pop, no início das transmissões em FM no Brasil. A lendária rádio (antiga Eldorado FM), especializada em música progressiva, visava contemplar um público restrito mas altamente especializado em seu gosto musical e que encontrava ali um veículo de expressão da autêntica música de vanguarda.

Big Boy e Ademir do Bateu - Baile da PesadaAo longo de toda sua vida profissional, Big Boy continuou ampliando sua coleção. Em diversas viagens a outros países apurou seu acervo, buscando raridades como "discos piratas" de tiragens limitadíssimas. Ao morrer havia juntado cerca de 20 mil títulos, entre LPs e compactos, na maioria importados, que abrangem diversos gêneros musicais como rock, jazz, soul music, rock progressivo, musica francesa, trilhas sonoras de filmes, orquestrais, etc. Como um todo, a discoteca Big Boy constitui-se num acervo cultural importantíssimo, pois retrata vários períodos do cenário discográfico mundial e, mais do que uma coleção, trata-se da síntese do trabalho de um profissional que ousou inovar.

Morreu sufocado por um ataque de asma, num quarto de hotel em São Paulo.

 

 

 

Monsieur Limá ou simplesmente Messiê Limá

 

Monsieur Limá ou simplesmente Messiê Limá

Resgatando um pouco da história da Black Music, Soul Music ou Funk , não tem como não  falar de duas figuras marcantes: Monsieur Limá e Big Boy.

A princípio, falarei do primeiro a quem dedico este texto, postando aqui um pouco de sua trajetória e uma entrevista que saiu no Jornal do Brasil em 30/05/1982.

Raimundo de Lima Almeida, mais conhecido como Monsieur Limá, foi o primeiro grande DJ, VJ, experimentador da Black e da Disco Music do Brasil.

Nos anos 70, o  DJ baixinho, com um vasto Black Power ruivo , e roupas extravagantes, apresentava bailes funk e hits com as frases: “Som na caixa!” e “Couro Come e Ninguém Vê”, nesta época as mixagens eram feitas em picapes de vinil e fita de rolo grande. O funk era muito diferente das épocas atuais, já que o mesmo era produto genuinamente americano, aliás, nesta época, o que se tocava nas rádios era só musica “importada”, era raro ouvir música brasileira, 80% da programação era gringa, vivíamos uma época de glamour total a cultura americana, quase não tínhamos identidade.

Limá foi um dos primeiros DJs brasileiros a ir para a televisão e com muita atitude ganhou fama com suas coletâneas de disco music. Ele apareceu em vários programas da extinta TV Tupi até ganhar seu próprio programa. Apesar de não ser um expert em mixagens ou viradas, Limá marcou pela ousadia e pela postura em frente ao público e à camera de TV.

Limá morreu cedo, em 1993, aos 50 anos.

Segue a entrevista:

É isso aí. O couro vai comer e a poeira vai subir. Bola pra frente que vem aí um balanço firme. Com vocês, Messiê Limá!

 

Um dos grandes nomes da discotecagem nos anos 70, era Monsieur Limá (pronunciava-se Messiê Limá). Limá foi um dos primeiros DJs brasileiros a ir para a televisão. Ele apareceu em vários programas da extinta TV Tupi até ganhar seu próprio programa.

Palmas, milhares  de pessoas aplaudindo; gritos, apupos e um mar de corpos dançando com a música produzida por 20 equipes especialmente convidadas:  luzes, muitas luzes piscando sem parar, realçando uma decoração bem original, cheia de cores. É assim que o discotecário Messiê Lima imagina a comemoração de seu milésimo show.

Dia 7 de agosto, no Maracanãzinho a festa vai ser uma loucura — diz ele. — Um reconhecimento pelo sucesso dos bailes que promovo, aonde nunca vão menos de 5 mil pessoas.

Maranhense. 36 anos 1.56cm de estatura, Messiê Lima tem uma legião de fãs conquistadas desde o inicio de sua carreira — foi discotecário da boate Sachinha’s e disc-jóquei da Radio Mundial, junto tom o falecido Big Boy.

Segundo ele, a fã do Messiê Lima esta preocupada com seu aspecto intelectual e não com o fato de ele ser feio ou bonito. Solteiro convicto, mas namorador,  Messic Lima conta que tem dois carros: um Chevette para o dia-a-dia e um Galaxie só para desfilar com as gatas novas.

No meu tempo de discotecário, lancei varias modass. A discoteca.  A discoteca, baseada mo soul e no funk, fui eu que lancei em 1968 no Sachinha’s, essa época eu tinha um Simca Chambord todo bordado, com quatro antenas, uma placa que acendia e mostrava os dizeres “cuidado Limá” e uma sala de estar com bar para seis pessoas. Isso tudo foi antes de os Beatles lançarem aquele Rolls Royce psicodélico – afirma Messie Lima.

Comandando o programa Discomania há dois anos na TV Bandeirantes — era o Panorama Pop da extinta TV Tupi — Messiê Lima garante que a fórmula é infalível. Música jovem, informação sobre a noite carioca e notas sociais.

À coté, Merci beaucoup e S’il vous plait são expressões usadas por Messiê Lima. ou Raimundo de Lima Almeida, que escolheu o idioma francês por causa de urna namorada francesa que só lhe chamava de Limá. No radio, começou a usar a expressão Vous Écoutez Lima (vocês estão escutando Lima) mas os fas não entendiam. Passou a ser Monsieur Limá e agora, para se popularizar ainda mais, é Messiê Lima mesmo.

Com trinta minutos de programa, Messiê Lima fala de rock nas segundas, música romântica na quarta e funk e soul na sexta. Nos outros dias, é o que pintar porque, segundo ele, os cantores brasileiros não permitem que o filme seja transmitido depois do lançamento do disco.

—  Eu jã estou acostumado com isso. mas a musica popular brasileira está me devendo muita coisa. Graças a mim ê que as equipes de som estão tocando música lenta brasileira na hora do sarrinho. A Sandra Sá, por exemplo: fui eu que escolhi a música Olhos Coloridos para estourar e ainda sugeri que mudassem o nome para Sarará Crioulo — destaca Messiè Lima.

—  Mas você recebe dinheiro das gravadoras para fazer esses lançamentos? — pergunta a repórter

—  Nem sempre- No caso de Ton-Ton Club. por exemplo, eu nào recebi nada. Mas fiquei com a gloria de tê-lo descoberto — conclui.

 

 

 Na carência de um som que proporcionasse o prazer daquelas nostálgicas reuniões musicais, o subúrbio promoveu a propagação nos primeiros anos da década de 80 do disco-funk, realizada pelo então DJ Cidinho Cambalhota

 

Mister Funk Santos

 
 
 

db38 Corello DJ  Corello Dj - O Pai do Charme

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